quarta-feira, agosto 17, 2005

Untitled - Lâmpada

Fosse eu uma lâmpada
(sempre ligada);
Fosse dia ou fosse noite,
Saberia que brilhava;
Mais intensa ou menos brilhante,
De qualquer cor do arco-íris,
Ou outra que possam inventar,
Mas saberia que estava a brilhar;
E assim, aceso,
Viveria minha vida;
Ajudar os outros:
Caminhos iluminar,
Defender ainda alguns,
Do que os possa assustar;
Suaria com o Sol,
Dançaria com os vendavais,
Toda minha vida,
Até que me fartasse;
E aí apagava-me...
Sem som, nem sinal algum...
Sem sequer que alguém notasse,
Que eu não brilharia nunca mais.

sábado, agosto 06, 2005

Untitled - Passado Feliz

Fecho os olhos e adormeço;
Sonho.
Um sonho de fantasia?
Ou memória de passado dia?
Num bosque, passeio.
Saúdo as árvores que me abrem o caminho,
Ouvindo passaros, cantando em seu ninho.
E tu aproximas-te...
Pequeno.
Inocente.
Familiar...
Lembro tua cara,
Mas de onde não sei.
Corres, mas não sozinho:
Acompanham-te amigos de tudo em ti,
Amigos que sempre tens,
Amigos que sempre... terás?
Voces aproximam-se, e olho-te;
Reconheço-te:
Tu és... Eu.
Vejo-me agora perante mim...
Vejo-me agora... pois antes meus olhos não viam.
Não viam a vida...
Não viam quem Eu era...
Somente ao espelho, viam:
O patético fato que visto.
Fato pelo qual troquei os amigos...
Os sorrisos...
O amor.
Apenas porque fechei os olhos;
Vocês desapareceram...
E adormeci.
Nunca mais vos vi...
Nunca mais sorri...
E nunca mais vivi.